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Venezuela: Ex-governador opositor morre na prisão – 07/12/2025 – Mundo

Um ex-governador opositor do regime de Nicolás Maduro na Venezuela, processado por terrorismo e incitação ao ódio, morreu na prisão, informaram neste sábado (7) à AFP representantes de organizações de direitos humanos. A causa da morte não foi divulgada.

Alfredo Díaz, ex-governador de Nova Esparta (2017-2021), foi preso em meio à crise política desencadeada após a reeleição do ditador, em julho de 2024. A oposição acusa que houve fraude no pleito e reivindica a vitória do opositor Edmundo González Urrutia, que hoje vive no exílio, na Espanha.

A proclamação de que Maduro vencera e seria empossado para um terceiro mandato consecutivo desencadeou protestos que deixaram 28 mortos e terminaram com cerca de 2.400 detidos, a maioria acusados de terrorismo pela ditadura. Cerca de 2.000 pessoas foram libertadas desde então, segundo números oficiais.

Díaz “estava preso e isolado há um ano, só permitiram uma visita de sua filha”, afirmou Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal, que se dedica a defender presos políticos.

Desde 2014, 17 presos políticos morreram sob a custódia da ditadura, disse Romero à AFP. “A repressão basicamente se converteu em um mecanismo ou uma estratégia do regime para intimidar”, afirma.

Com Díaz, 55, somam-se pelo menos seis opositores mortos na prisão desde novembro de 2024 que foram presos no contexto da crise pós-eleitoral. “Quem assume responsabilidade por isso e pelas outras mortes que ocorreram?”, questionou Romero.

A líder opositora María Corina Machado, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, disse que a morte de Díaz “se soma a uma alarmante e dolorosa sequência de falecimentos de presos políticos detidos no contexto da repressão pós-eleitoral de 28 de julho”.

“As circunstâncias dessas mortes —que incluem a negação de atendimento médico, condições desumanas, isolamento e torturas, tratamentos cruéis, desumanos e degradantes— revelam um padrão sustentado de repressão estatal”, afirmou María Corina em um comunicado conjunto com González.

Díaz estava preso na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), no Helicoide, em Caracas. O local —cujo projeto previa que o edifício se tornasse um shopping, que foi convertido em aparato da repressão da ditadura— é rotulado como um “centro de torturas” pela oposição venezuelana e ativistas de direitos humanos.

Díaz “havia sido acusado, mas seu julgamento estava paralisado”, informou à AFP o advogado Gonzalo Himiob, também da ONG Foro Penal. “Nós fomos designados pela sua família como seus representantes legais, mas o governo lhe impôs um defensor público”, disse.

Segundo a contagem mais recente do Foro Penal, na Venezuela há pelo menos 887 presos políticos.

Fonte: Folha de São Paulo

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