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Shenzhou-20: China tem contratempo em programa espacial – 11/11/2025 – Mundo

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Três taikonautas (como são chamados os astronautas chineses) da missão Shenzhou-20 continuam na estação Tiangong depois que o retorno à Terra, previsto para 5 de novembro, foi adiado devido ao impacto de um detrito espacial no módulo de reentrada.

Segundo a Agência Espacial Tripulada da China, eles estão em boas condições, trabalhando e vivendo normalmente, enquanto engenheiros testam o sistema para uma nova data de pouso.

A equipe, formada por Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie, está em órbita desde abril, numa missão que tinha previsão de seis meses.

A Shenzhou-20 é uma das etapas mais importantes da operação contínua da estação Tiangong e consolida a capacidade chinesa de manter tripulações em rotação permanente no espaço.

A missão realiza experimentos em biotecnologia, novos materiais e medicina espacial, áreas-chave para preparar futuras viagens de longa duração, inclusive à Lua.

Ela ficou famosa após a divulgação de imagens dos taikonautas assando asinhas de frango dentro da estação, divulgadas pelo governo chinês.

O episódio vem sendo comparado à recente missão da Boeing, quando dois astronautas da Nasa ficaram cerca de nove meses presos na Estação Espacial Internacional após falhas no veículo Starliner. Eles retornaram à Terra em uma cápsula da SpaceX.

O caso é frequentemente citado na mídia chinesa como exemplo das fragilidades do programa espacial americano diante do avanço tecnológico de Pequim.

Por que importa: o contratempo ocorre no momento em que o programa espacial chinês acelera suas metas de longo prazo. No início de novembro, a missão Shenzhou-21 chegou à Tiangong levando camundongos e vermes regenerativos para experimentos biológicos. Pequim planeja colocar um astronauta na Lua até 2030, reforçando sua disputa com os Estados Unidos pela liderança na nova corrida espacial.

pare para ver

A deusa chinesa da lua, Chang’e (嫦娥), em uma representação artística de Zheng Mukang. O mito de Chang’e é um dos mais antigos no país, e já serviu de inspiração para dezenas de artistas e até para o cinema. Leia mais sobre aqui.


o que também importa

★ As autoridades chinesas ordenaram a remoção dos apps de namoro Blued e Finka, populares entre pessoas LGBTQIA+, das lojas da Apple e Google na China. Grupos de direitos criticaram a medida como parte da crescente repressão à comunidade sob Xi Jinping. Em 2022, o Grindr também foi banido do país, mas continua parcialmente acessível por meio de aplicativos de VPN, que desviam a conexão do usuário para outro território. A Apple confirmou que agiu por ordem da Administração do Ciberespaço da China (CAC) e a Alphabet, dona do Google, não se manifestou.

★ A China está preparando um novo sistema de controle de exportações para restringir o envio de terras raras a empresas de defesa dos EUA, informou o jornal The Wall Street Journal. O plano permitirá vendas para uso civil, mas bloqueará aplicações militares, mimetizando o sistema americano de verificação de usuários finais que Washington aplica no caso de seus semicondutores. A medida acontece após Pequim suspender restrições a 31 empresas dos EUA, decisão que enfureceu Trump mas foi suspensa após reunião do presidente americano com Xi Jinping.

★ Uma chinesa foi denunciada em Londres por lavar cerca de 5 bilhões de libras (R$ 34,7 bi) em bitcoins obtidos de um golpe que enganou mais de 100 mil investidores na China. Qian Zhimin fugiu do seu país com passaporte falso e viveu numa mansão em Hampstead até ser presa. Sua empresa prometia lucros fáceis com mineração de criptos e produtos de saúde. Ela operava um esquema de pirâmide.


fique de olho

O governo do Japão repreendeu um diplomata chinês por comentários considerados “extremamente inadequados” sobre a primeira-ministra Sanae Takaichi, após ela afirmar que Tóquio poderia recorrer à força militar se Pequim atacasse Taiwan.

A publicação, feita por Xue Jian, cônsul-geral da China em Osaka, dizia que “o pescoço que se intromete deve ser cortado”, em resposta às declarações da nova líder japonesa. O post foi apagado, mas o episódio acirrou o clima entre os dois países. Washington também reagiu. O embaixador americano em Tóquio, George Glass, afirmou que o comentário configurava uma ameaça à premiê e ao povo japonês.

Pequim defendeu Xue, alegando que a postagem era uma resposta “pessoal” às “declarações erradas e perigosas” de Takaichi sobre Taiwan. A líder japonesa, no cargo há menos de um mês, já havia irritado a China ao se reunir com um representante taiwanês em um encontro regional em Seul e ao acelerar o reforço militar do país.

Por que importa: o episódio evidencia como a tensão em torno de Taiwan pode rapidamente escalar e envolver potências regionais. A nova premiê japonesa adota um tom mais duro diante de Pequim, em sintonia com Washington, enquanto a China reage de forma enérgica a qualquer menção a Taiwan, um teste precoce para as relações entre as duas maiores economias da Ásia.


para ir a fundo

  • O Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e o Institute of Finance and Sustainability (IFS) realizam amanhã (12) um evento em São Paulo para discutir o financiamento da agricultura sustentável. O encontro é aberto e acontece na FIESP (Av. Paulista 1313) das 14 às 18h. (gratuito)

  • Em virtude da realização da COP30 em Belém, a Observa China publicou um guia acerca da participação chinesa em negociações climáticas e o papel do país em tecnologias cruciais para enfrentar o problema. Interessados podem ler o guia neste link. (gratuito)

Fonte: Folha de São Paulo

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