O rei Charles 3º rezou ao lado do papa Leão 14 nesta quinta-feira (23), na Capela Sistina, no Vaticano, numa cena histórica. É a primeira vez que um monarca britânico participa de uma oração pública ao lado de um pontífice.
Charles chegou a Roma nesta quarta-feira (22) para uma visita de Estado de dois dias ao Vaticano, marcada por uma cerimônia ecumênica inédita desde o cisma anglicano, há quase 500 anos. A cerimônia foi realizada com eânticos em latim e orações em inglês.
Charles, que como rei é o governador supremo da Igreja Anglicana, estava sentado à esquerda do papa, perto do altar da capela, enquanto Leão 14 e o arcebispo anglicano Stephen Cottrell conduziam o ato religioso.
O Palácio de Buckingham afirmou, em nota, que a visita representa “um momento importante” nas relações entre a Igreja Anglicana e a Católica Romana. É também o primeiro encontro entre Charles e Leão 14, que assumiu como papa em maio deste ano, após a morte de Francisco.
A religião anglicana surgiu em 1534, em uma cisão provocada pelo rei Henrique 8º, devido à recusa do papa em anular seu casamento com Catarina de Aragão. Em 1961, a mãe de Charles, a rainha Elizabeth 2ª, tornou-se a primeira monarca britânica a visitar o Vaticano desde o cisma entre católicos e anglicanos.
A visita ainda ocorre na esteira de novas acusações contra Andrew, irmão de Charles 3º, por suposto envolvimento na rede de exploração sexual criada pelo magnata americano Jeffrey Epstein. O escândalo fez com que Andrew, que nega as acusações, renunciasse ao seu título de duque de York. O agora ex-duque de 65 anos era o oitavo na linha de sucessão ao trono do Reino Unido.
Charles 3º viajou ao lado da mulher, a rainha consorte, Camilla. Os dois tiveram uma reunião privada com o papa na manhã desta quinta, antes da cerimônia pública. À tarde, o rei viajará à Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, onde receberá o título de Confrade Real.
O monarca também receberá uma cadeira especial, decorada com o seu brasão, que permanecerá no local para ser usada por monarcas britânicos, como símbolo de união entre o Taticano e a monarquia britânica.




