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Papa tira sapatos, mas não reza em Mesquita Azul – 29/11/2025 – Mundo

O papa Leão 14 visitou a Mesquita Azul de Istambul neste sábado (29) e tirou os sapatos em sinal de respeito, mas aparentemente não rezou em sua primeira visita como líder da Igreja Católica a um local de culto muçulmano durante sua estada de quatro dias na Turquia.

O primeiro papa americano curvou-se ligeiramente antes de entrar na mesquita e foi guiado em um tour no amplo complexo, capaz de acomodar 10 mil fiéis, pelo imã, líder religioso responsável por conduzir as orações e orientar a comunidade, e pelo mufti de Istambul, autoridade especializada em leis islâmicas que emite pareceres sobre questões religiosas e jurídicas.

Caminhando de meias brancas, o papa sorriu durante a visita de 20 minutos e brincou com um de seus guias, o principal muezim da mesquita —o oficial que lidera os chamados diários para oração.

O Vaticano pareceu surpreso que o papa não tivesse parado para rezar durante a visita e que não tivesse sido recebido na mesquita pelo chefe da organização religiosa administrada pelo Estado turco, conhecida como diyanet, como havia sido planejado.

Cerca de três horas após a visita, o Vaticano divulgou um comunicado à imprensa afirmando que tanto a oração quanto a recepção haviam ocorrido. Depois, o gabinete de imprensa do Vaticano disse que o comunicado foi enviado por erro.

Askin Musa Tunca, o muezim, disse aos jornalistas após a visita à mesquita que perguntou ao papa durante o tour se ele desejava rezar por um momento, mas o papa disse que preferia apenas visitar a mesquita.

A Mesquita Azul é oficialmente nomeada em homenagem ao Sultão Ahmed 1º, líder do Império Otomano de 1603 a 1617, que supervisionou sua construção. É decorada com milhares de azulejos de cerâmica azul, a base de seu nome popular.

O pontífice fica na Turquia até este domingo (30), em sua primeira viagem internacional. O tour ainda inclui o Líbano.

Leão 14, relativamente desconhecido no cenário mundial antes de se tornar papa, está sendo observado de perto enquanto faz seus primeiros discursos no exterior e interage pela primeira vez com pessoas fora da Itália, predominantemente católica.

Sem visita à Hagia Sophia

A Mesquita Azul está localizada em frente à Hagia Sophia, uma antiga catedral da era bizantina que Leão 14 não visitou, diferentemente de viagens papais anteriores à Turquia.

Um dos lugares de culto mais importantes do cristianismo por cerca de um milênio, a Hagia Sophia foi transformada em mesquita por 500 anos após a queda do Império Bizantino.

Foi convertida em museu pela república secular da Turquia há mais de 70 anos, mas transformada novamente em mesquita pelo presidente Recep Tayyip Erdogan em 2020.

O Vaticano não comentou sobre a decisão de Leão 14 de não visitar a Hagia Sophia. O antecessor, Francisco, visitou o templo durante uma viagem à Turquia em 2014 e disse em 2020 que estava “muito angustiado” por ela ter sido transformada em mesquita novamente.

Leão 14 escolheu a Turquia, predominantemente muçulmana, como seu primeiro destino no exterior para marcar os 1.700 anos de um concílio histórico da Igreja primitiva que produziu o Credo Niceno, ainda usado pela maioria dos cristãos do mundo hoje.

Em uma cerimônia na sexta-feira (28) para comemorar o concílio da Igreja com líderes cristãos de todo o Oriente Médio, o papa condenou a violência em nome da religião e instou os cristãos a superarem séculos de divisões acaloradas.

Falando a clérigos de países como Turquia, Egito, Síria e Israel, Leão 14 chamou de escândalo o fato de que os 2,6 bilhões de cristãos do mundo não estivessem mais unidos.

Fonte: Folha de São Paulo

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