Um barco transportando membros da minoria étnica rohingya, de Mianmar, naufragou perto das fronteiras marítimas entre Tailândia e Malásia. São centenas de desaparecidos, ao menos 7 mortos e 13 resgatados, segundo a agência marítima da Malásia neste domingo (9).
Equipes de resgate vasculhavam uma área de equivalente a mais de 300 km² perto da ilha de Langkawi, no sábado (8), após um barco com 300 pessoas a bordo ter partido do estado de Rakhine, em Mianmar, três dias antes, de acordo com o chefe da agência marítima para a área, Romli Mustafa.
Imagens da agência mostraram um sobrevivente coberto com um lençol e outro em uma maca.
O empobrecido estado de Rakhine sofreu anos de conflito, fome e violência direcionada principalmente à minoria étnica muçulmana rohingya. Expulsos do estado de Rakhine após uma brutal repressão militar em 2017, cerca de 1,3 milhão de rohingyas vivem como refugiados em campos densamente povoados no vizinho Bangladesh.
A mídia estatal da Malásia citou o chefe de polícia da província de Kedah, Adzli Abu Shah, dizendo que as pessoas inicialmente embarcaram em um grande barco de Mianmar, mas foram instruídas a se transferir para três barcos menores, cada um transportando cerca de 100 pessoas, para evitar detecção ao se aproximarem da Malásia.
O status dos outros dois barcos é desconhecido, e uma operação de busca e resgate estava em andamento, disse ele.
Enfrentando violência em seu país de origem e condições de vida cada vez mais difíceis em Bangladesh, os rohingyas de ambos os países regularmente tentam perigosas jornadas por mar, inclusive para a Malásia.
Mais de 5.100 Rohingyas embarcaram para deixar Mianmar e Bangladesh entre janeiro e início de novembro deste ano, com quase 600 pessoas relatadas como mortas ou desaparecidas, de acordo com dados da Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
