spot_img
HomeMaceióAs deliciosas tradições das boleiras do Miai de Baixo

As deliciosas tradições das boleiras do Miai de Baixo

No povoado de Miai de Baixo, em Coruripe, litoral sul de Alagoas, a mandioca e a macaxeira guardam histórias de séculos e alimentam memórias. Basta a primeira mordida em um pé-de-moleque para sentir o perfume de cravo, canela e erva-doce se misturando em equilíbrio perfeito — uma festa de aromas e afetos. A receita é simples na lista de ingredientes — massa puba, margarina, leite de coco, coco ralado, açúcar, sal e muito amor — mas complexa naquilo que carrega: a tradição da casa de farinha da família de Izabelle Mariane dos Santos Ferreira, a Iza, quarta geração de boleiras de Miai de Baixo.

Segue o Instagram: @bolos_da_iza.1

Tapioca, beiju, má-casada, bolos de macaxeira e de massa puba, broas e a farinha d’água amarela

Do forno a lenha saem quentinhos e cheirosos tapioca, beiju, má-casada (o famoso grude), bolos de macaxeira e de massa puba, broas e a farinha d’água amarela, orgulho da região. Tudo feito à mão, no ritmo passado de mãe para filha.

Onde encontrar essas delícias?

Na estrada (AL-101, Coruripe), uma placa simples anuncia: Bolos da Iza. Quem vai rumo a Penedo sabe: é parada obrigatória. Mas também dá para provar nas feiras:

Quintas em Feliz Deserto, Flexeiras (povoado de Coruripe) e Pontal do Peba (povoado de Piacabuçú)

Sextas no próprio povoado de Miai de Baixo

E, claro, dá para encomendar pelo telefone (82) 98230-6770 ou pelo Instagram @bolos_da_iza.1.

O fazer artesanal

A goma e a massa puba são produzidas desde o ralar a macaxeira e a mandioca até a prensa.

O coco passa por todo o processo: retirar a casca, raspar e extrair o sumo do leite de coco.

As folhas de bananeira são compradas ou colhidas nos sítios vizinhos. O forno é a lenha.

E esse trabalho coletivo tem nomes e mãos que dão sabor: Antônia Dilma, Iza dos Santos, Maria José, Maria Laudicéia, Benedita Cardoso, Elia Batista, Glauciele dos Santos, Elisângela dos Santos e Bruna Mayara, Avelina Rufino.

Dilma no forno a lenha

Segredos da tradição


Broas de goma
Broas: a goma da tapioca é peneirada, seca ao sol por uma semana, depois misturada a leite de coco, açúcar, gema, sal e margarina. São moldadas manualmente e recebem o desenho feito com o garfo antes de irem ao forno.

Pé-de-moleque com erva doce, canela e cravo
Pé-de-moleque: leva massa puba, margarina, leite de coco, coco ralado, açúcar, sal e especiarias (cravo, canela e erva-doce). Há também a versão mais simples, sem as especiarias.

Má casado com goma e coco ralado

Má casado (grude): mistura de goma da tapioca, coco ralado e sal, envolvida em folha de bananeira e cozida sobre o forno a lenha.


Farinha d’água feita com mandioca amarela
Farinha d’água: feita de massa puba, coco ralado e sal, ganha a cor amarela da mandioca — perfeita para farofa ou empanar.

Folha da bananeira ajuda a assar e aquecer má casada e pé-de-moleque

O tempo da mandioca
Para a massa puba, a mandioca descascada fica de molho em água por três a quatro dias, até “pubar”. Depois é prensada, peneirada e transformada na massa que será usada em bolos, farinha e até no cuscuz com coco ralado.
Já a goma da tapioca exige outro ritual: ralar a macaxeira, deixar de molho, coar em pano, decantar, secar ao sol e peneirar. Só então estará pronta para beijus, má-casadas e tapiocas.

Conhecendo a história da família da Iza

No Miai de Baixo, cada bolo, cada broa, cada beiju é mais do que alimento: é memória viva, tradição passada de geração em geração, mantendo acesa a chama das cozinhas de Alagoas.

Rota: Bolos da Iza (@bolos_da_iza.1)

Encomendar pelo telefone (82) 98230-6770 ou pelo Instagram @bolos_da_iza.1.

 Povoado Miai de Baixo – AL-101, 04 – Coruripe, Alagoas

Fonte: TNH1

RELATED ARTICLES

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Advertisment -spot_img

Outras Notícias