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Após protestos, ex-chefe do Supremo passa a governar Nepal – 12/09/2025 – Mundo

Sushila Karki, ex-presidente da Suprema Corte, será a primeira mulher a liderar o Nepal. Ela tomou posse ainda nesta sexta-feira (12) como líder interina, após violentos protestos anticorrupção forçarem o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli, do Partido Comunista, a renunciar.

O gabinete do presidente Ramchandra Paudel anunciou a nomeação de Karki após negociações entre Paudel, o chefe do Exército, Ashok Raj Sigdel, e os manifestantes que lideraram o maior levante popular no Nepal em anos.

Pelos números oficiais, 51 pessoas morreram, e mais de 1.300 ficaram feridas nesta semana com a repressão aos atos do movimento “Geração Z”, nomeado em referência à idade de seus principais apoiadores, que nasceram de 1997 a 2012.

A onda de manifestações começou após a proibição das redes sociais, que desde então foi revogada. Manifestantes atearam fogo ao Parlamento e a casas de membros do governo na terça-feira (9), mesmo depois de o primeiro-ministro anunciar sua renúncia.

Única mulher a presidir a Suprema Corte, Karki era a escolha preferida dos manifestantes, que citam sua reputação de honestidade, integridade e as ações contra a corrupção.

Ela ocupou o cargo máximo do Judiciário por cerca de um ano, até meados de 2017, e estava aposentada. Seu nome foi proposto ao presidente e ao Exército pelos líderes do movimento dos protestos, segundo um representante dos manifestantes, Ojaswi Raj Thapa.

O Nepal tem enfrentado instabilidade política e econômica desde a abolição da monarquia, em 2008, enquanto a falta de empregos leva milhões a buscar trabalho em outros países e enviar remessas para casa.

À medida que o país de 30 milhões de habitantes dava sinais de retorno à normalidade nesta sexta-feira —com lojas reabertas, carros de volta às ruas e policiais substituindo as armas usadas no início da semana por cassetetes—, famílias começaram a recuperar os corpos dos mortos nos protestos.

Algumas estradas ainda permaneciam bloqueadas, embora houvesse menos soldados patrulhando as ruas.

“Enquanto os amigos dele desistiram (dos protestos), ele decidiu seguir em frente”, disse Karuna Budhathoki sobre seu sobrinho de 23 anos, enquanto aguardava para retirar o corpo no Hospital de Ensino de Katmandu. “Fomos informados de que ele já chegou morto ao hospital.”

Outro manifestante que morreu, Ashab Alam Thakurai, 24, havia se casado apenas um mês antes, relataram seus parentes. “Na última vez que falamos, ele disse que estava preso no protesto. Depois disso não conseguimos mais contato. No fim, nós o encontramos no necrotério”, disse seu tio, Zulfikar Alam.

Fonte: Folha de São Paulo

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