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HomeMundoAcordo para encerrar apagão nos EUA divide democratas - 10/11/2025 - Mundo

Acordo para encerrar apagão nos EUA divide democratas – 10/11/2025 – Mundo

Os democratas que apoiaram um acordo para reabrir o governo dos Estados Unidos enfrentaram uma reação negativa de seu próprio partido, enquanto Donald Trump buscava resolver a paralisação federal que estava prejudicando seus índices de aprovação e afetando negativamente a economia.

O pacto alcançado no Senado na noite de domingo ocorreu após republicanos e democratas sofrerem pressão para encerrar a paralisação, que estava sendo sentida intensamente em todo o país.

O acordo, que ainda enfrenta obstáculos antes de ser aprovado, deu um novo impulso ao cenário político americano, menos de uma semana depois de os democratas conquistarem vitórias expressivas em importantes eleições para governador na Virgínia e em Nova Jersey, e na eleição para prefeito da cidade de Nova York.

“Ninguém consegue transformar uma vitória certa em derrota como os democratas”, escreveu Dan Pfeiffer, diretor de comunicação da Casa Branca durante o governo de Barack Obama, em uma postagem em seu blog nesta segunda-feira.

Os sete senadores democratas que votaram contra o partido para aprovar o acordo disseram ter obtido o compromisso dos líderes republicanos do Senado de realizar uma votação sobre a prorrogação dos subsídios de saúde que expirariam este ano. Eles também obtiveram concessões dos republicanos, limitando a demissão de funcionários federais.

Mas outros democratas também condenaram o que consideraram uma rendição a Trump, já que o acordo não conseguiu firmar um compromisso para estender os subsídios à saúde, uma questão que os ajudou a conquistar a vitória nas eleições da última semana.

“Este ‘acordo’ aumenta drasticamente os custos dos planos de saúde e só agrava a crise de acessibilidade. Ele deve ser rejeitado, assim como qualquer política disposta a fazer concessões em relação às necessidades básicas dos trabalhadores”, escreveu Zohran Mamdani, prefeito eleito da cidade de Nova York, no X.

A medida ainda precisa ser votada na Câmara dos Representantes antes de seguir para a aprovação final de Trump.

O acordo inicial, no entanto, impulsionou os mercados de ações nesta segunda. Após sua pior semana em um mês, o S&P 500 se recuperou 1,2%, liderado por ações de tecnologia, com investidores buscando ativos de maior risco. O Nasdaq, com forte presença de empresas de tecnologia, subiu 2,1%. Os títulos do Tesouro e o índice do dólar, ativos tradicionalmente considerados refúgios seguros, recuaram. A paralisação do governo tem sido uma experiência impactante para muitos republicanos e para Trump, que viu seus índices de aprovação caírem e a economia enfraquecer desde o início da mais longa paralisação federal da história dos EUA, em 1º de outubro.

De acordo com a média das pesquisas do site Real Clear Politics, 45% dos americanos aprovavam o desempenho de Trump quando a paralisação começou em 1º de outubro, enquanto 53% o desaprovavam. Mas, na segunda-feira, a diferença de aprovação de 8 pontos percentuais havia aumentado para 11 pontos, com 54% desaprovando o presidente.

O presidente dos EUA agiu rapidamente para mudar a narrativa, com novas mensagens populistas. Na segunda-feira, ele reiterou a promessa de conceder pagamentos de US$ 2.000 “a cidadãos americanos de baixa e média renda, provenientes da enorme receita tarifária que entra em nosso país”, em uma publicação nas redes sociais.

Após superar um importante obstáculo processual na câmara alta do Congresso no final do domingo, o acordo ainda precisa ser aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, onde a margem de erro é mínima, antes de chegar à mesa de Trump para sua aprovação final. Portanto, ainda existe a possibilidade de ser barrado.

Os republicanos da Câmara parecem inclinados a aceitar o acordo. Mike Johnson, presidente da Casa, disse que espera convocar os parlamentares de volta a Washington para uma votação sobre o plano ainda esta semana. “Temos que fazer isso o mais rápido possível”, disse a repórteres nesta segunda. “Isso já se prolongou demais, muitas pessoas sofreram”, acrescentou.

“O governo está reabrindo depois de mais de 40 dias, algo que nunca deveria ter acontecido. E acho que, francamente, até mesmo alguns democratas reconhecem que isso foi um desastre absoluto”, disse Mike Lawler, republicano de Nova York, à CNN.

Fonte: Folha de São Paulo

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