O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou-se pela primeira vez na segunda-feira (22) sobre a divulgação dos arquivos do caso Jeffrey Epstein, afirmando que pessoas que “conheceram inocentemente” o abusador podem ter suas reputações destruídas diante dos arquivos tornados públicos pelo Departamento de Justiça.
A declaração aconteceu enquanto Trump falava com repórteres em sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida, segundo o jornal The Guardian. Ele comentava a aparição do ex-presidente democrata Bill Clinton em algumas imagens —o primeiro lote de documentos foi liberado na sexta (19), e o segundo, nesta terça (23).
“Acho que Bill Clinton é um homem adulto, ele pode lidar com isso, mas provavelmente há fotos sendo expostas de outras pessoas que conheceram Jeffrey Epstein inocentemente há anos e são banqueiros e advogados altamente respeitados e outros.”
Trump disse não gostar de ver publicadas as imagens que mostram Clinton e outras pessoas e classificou a exposição de “algo terrível”. “Sempre me dei bem com Bill Clinton. Tenho sido gentil com ele, ele tem sido gentil comigo… Odeio ver fotos dele sendo divulgadas, mas é isso que os democratas —principalmente democratas e alguns maus republicanos— estão pedindo, então estão divulgando minhas fotos também.”
O porta-voz de Clinton, Angel Ureña, publicou em seu perfil X, também na segunda-feira, uma declaração pedindo que o Departamento de Justiça libere imediatamente quaisquer materiais restantes dos arquivos relacionados a Epstein que façam referência ao ex-presidente de qualquer forma, incluindo fotografias.
“O que o Departamento de Justiça divulgou até agora e a maneira como o fez deixam uma coisa clara: alguém ou algo está sendo protegido. Não sabemos quem, o quê ou por quê, mas sabemos disso:
não precisamos de tal proteção”, afirma o texto de Ureña.
“A recusa em fazê-lo [divulgar todos os arquivos restantes que mencionem Clinton] confirmará a suspeita generalizada de que as ações do Departamento de Justiça até o momento não são sobre transparência, mas sobre insinuação —usando divulgações seletivas para sugerir irregularidades sobre indivíduos que já foram repetidamente inocentados pelo mesmo Departamento de Justiça, ao longo de muitos anos, sob presidentes e procuradores-gerais de ambos os partidos.”




