O Senado dos Estados Unidos barrou nesta quinta-feira (6) uma resolução que buscava impedir o presidente Donald Trump de ordenar ataques contra a Venezuela sem autorização do Congresso.
A medida foi rejeitada por 51 votos a 49. Apenas dois republicanos se juntaram aos democratas em apoio à proposta, que pretendia ainda reforçar os limites do poder presidencial para iniciar ações militares.
Os senadores Tim Kaine, da Virgínia, e Adam Schiff, da Califórnia, ambos democratas, e Rand Paul, republicano de Kentucky, foram os autores da resolução bipartidária. Eles argumentaram que o Congresso deveria ter poder de decisão antes de qualquer eventual ofensiva em território venezuelano.
A votação ocorreu um dia após autoridades da Casa Branca informarem ao Legislativo que Washington não tem planos, neste momento, de atacar a Venezuela. Ainda assim, a sequência de operações navais e o aumento da presença militar americana na região geraram receios de uma ação mais ampla contra o regime do ditador Nicolás Maduro.
Nos últimos meses, os EUA ampliaram sua presença militar na região do Caribe, enviando caças, navios de guerra e milhares de soldados. Trump tem justificado a medida com o argumento de combate ao narcotráfico. Desde setembro, as forças do país fazem ataques contra embarcações na América Latina que, segundo a Casa Branca, são usadas para transportar drogas ao território americano.
Segundo o governo Trump, as forças dos EUA fizeram ao menos 16 bombardeios contra barcos na região, em ações que provocaram a morte de mais de 65 pessoas. Analistas, porém, afirmam que as ofensivas têm como objetivo pressionar o regime de Maduro, acusado pelo republicano de tráfico internacional, o que ele nega.
Segundo o jornal americano The New York Times, Trump avalia diferentes alternativas de ação em relação à Venezuela, entre elas possíveis ataques a instalações militares do regime e a ocupação de campos de produção de petróleo. O republicano, porém, demonstra cautela diante do risco de uma operação malsucedida e ainda busca uma base jurídica que ampare eventuais ofensivas contra o país.




